Olá, escritores!
Escrever bons personagens nem sempre é uma tarefa tão simples, afinal é necessário uma série de elementos necessários para que criemos um personagem crível e que seja condizente com a realidade presente em nossa história.
Sempre que possível nós compartilhamos ferramentas que podem te ajudar nesse processo tão importante. Já falamos aqui no blogs sobre: Arquétipos na construção de personagens | O texto fala: as vozes dos personagens | O que são tropos narrativos? | Você conhece o Teste de Bechdel?. Para saber mais acesse o Comece Aqui. Hoje gostaríamos de apresentar a vocês a teoria dos 4 temperamentos.
Essa teoria remonta à Grécia antiga, onde Hipócrates (considerado o pai da medicina) desenvolveu a teoria dos humores corporais para explicar os estados de saúde e doença. Posteriormente, Galeano se baseou na teoria de Hipócrates e desenvolveu a primeira tipologia do temperamento, descrita em sua monografia "De Temperamentis". Os quatro temperamentos primários estabelecidos e descritos por Galeno, são conhecidos como: sanguíneo, colérico, fleumático e melancólico.
Colérico
Indivíduos facilmente irritáveis, nos quais predominava a bile amarela.
Principais características:
- É um líder natural;
- Tem uma opinião forte sobre tudo e faz questão de expressá-la;
- Extrovertido e expansivo;
- Competitivo;
- Não mede esforços para alcançar o que quer;
- Pavio curto.
Qualidades: otimismo, independência, determinação, habilidade de liderança e praticidade;
Pontos a melhorar: egocentrismo, intolerância, sarcasmo, vaidade, insensibilidade e impaciência.
Sanguíneo
Caracterizado por indivíduos atléticos e vigorosos, nos quais o humor corporal predominante era o sangue.
Principais características:
- Extrovertido e alegre;
- Comunicativo;
- Gosta de ser o centro das atenções;
- Aventureiro;
- Distraído e impaciente.
Qualidades: são comunicativos, resilientes, adaptáveis e entusiastas;
Pontos a melhorar: impulsividade, falta de atenção, superficialidade, egocentrismo e exagero.
Melancólico
Indivíduos tristes e melancólicos que exibiam excesso de bile negra.
Principais características:
- Gosta da própria companhia;
- Criativo;
- Excessivamente crítico;
- Empático;
- Sensível;
- Possuí uma grande necessidade de ordem;
- Confiável e leal;
- Melancólico.
Qualidades: perfeccionismo, lealdade, dedicação e sensibilidade;
Pontos a melhorar: falta de clareza, egoísmo, pessimismo e inflexibilidade.
Fleumático
Indivíduos cronicamente cansados e lentos em seus movimentos, que possuíam excesso de fleuma.
Principais características:
- Diplomático;
- Paciente;
- Indeciso;
- Observador;
- É movido por um proposito;
- Bom ouvinte;
- Introvertido;
- Se sente desencorajado facilmente.
Qualidades: são equilibrados, responsáveis, tranquilo e confiáveis;
Pontos a melhorar: desconfiança, lentidão, resistência as mudanças e indecisão.
Por exemplo, um personagem com um temperamento colérico seria impulsivo, dominador e propenso a explosões de raiva. Já um personagem com um temperamento fleumático seria calmo, ponderado e pouco reativo. Um personagem melancólico seria introspectivo, emotivo e propenso a depressão. Por fim, um personagem sanguíneo seria alegre, extrovertido e impulsivo.
Ao usar esses traços de personalidade para criar seus personagens, pode ser uma ajuda extra para dar uma aparência mais realista e complexa a eles. Além disso, os temperamentos também podem ser usados para criar conflitos entre personagens. Um personagem colérico, por exemplo, pode entrar em conflito com um personagem fleumático devido às suas personalidades opostas.
Em resumo, incorporar temperamentos na criação de personagens pode ajudar a torná-los mais interessantes, realistas e complexos. É importante lembrar, no entanto, que os temperamentos não devem ser usados como uma maneira de rotular as pessoas, mas sim como ferramentas para ajudar a criar personagens cativantes e envolventes, ou personagens que os leitores vão amar odiar.
Referências:
ITO, P. DO C. P.; GUZZO, R. S. L. Diferenças individuais: temperamento e personalidade; importância da teoria. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 19, n. 1, p. 91–100, 2002.
KÖNIGI, K. (ED.). Os quatro temperamentos. [s.l.] Arte Médica Ampliada, v. 33, n.1, 2013.
Martins, L. AlC.P.; Silva, P.J.C. & Mutarelli, S.R.K. (2008). A teoria dos temperamentos: do corpus
hippocraticum ao século XIX. Memorandum, 14, 09-24.
Os 4 Temperamentos Humanos: descubra qual é o seu. Disponível em: <https://ibncoaching.com/quatro-temperamentos-humanos/>
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