Olá,
escritores!
Antes de entramos nesse assunto é importante falarmos sobre o que é convenções de gênero e estereótipos, para que assim você consiga diferenciá-los dos tropos narrativas e utilizá-los da melhor maneira possível para sua história.
Estereótipo: é o conceito ou imagem preconcebida, padronizada
e generalizada estabelecida pelo senso comum, sem conhecimento profundo, sobre
algo ou alguém. Este recurso é usado principalmente para definir e limitar
pessoas quanto a aparência, naturalidade, cultura e comportamento, sendo o
exemplo perfeito do que não fazer na construção e desenvolvimento da sua
narrativa.
Convenções de gênero: são elementos da história, que são
comuns de serem encontrados em um gênero específico, como arquétipos de personagens e eventos-chave. Em Story, Robert Mckee, define essas convenções
como “ambientes, papéis, eventos e valores específicos que definem gêneros
individuais e subgêneros”. Ou seja, as
Por exemplo, em uma história de mistério é esperado que
existam pistas a serem seguidas, onde muitas delas serão falsas, justamente
para dificultar o processo do detetive encontrar o verdadeiro culpado entre os
suspeitos.
Já em uma história de fantasia ou aventura esperamos
encontrar a figura de um mentor para guiar o herói ou heroína em sua jornada. Nos romances se espera como irá se desenrolar
o primeiro encontro, o primeiro beijo, assim como quais serão os obstáculos que
eles enfrentarão até que chegue o tão aguardado "felizes para sempre".
Como vocês podem notar nos três exemplos anteriores não temos
nada específico. Sabemos que é esperado que exista obstáculos no romance, mas
não sabemos quais são eles. Assim como esperamos a presença de um mentor,
porém, não sabemos nada sobre quem ele será ou qual sua aparência.
E, é exatamente para ajudar a preencher essas lacunas da convenção de gênero que os tropos narrativos se fazem necessários.
Tropos: são elementos narrativos básicos que são repetidos
tantas vezes que se tornam um padrão fazendo com que o leitor reconheça mais
facilmente um gênero. A palavra tropo
vem de uma expressão do latim que significa argumentação. Como o tempo, esse
termo foi perdendo o sentido e passou a representar imagens recorrentes, alguns
atalhos que são reconhecíveis facilmente pelos leitores e expectadores.
Os tropos podem aparecer nos personagens, uma atitude
características do enredo ou qualquer parte da narrativa.
Aqui estão alguns exemplos de tropos narrativos:
- Found Family: seja uma família adotiva, um grupo de amigos que se reúnem para formar sua própria família, um grupo de pessoas que se apoiam e cuidam umas das outras por estarem vivenciando algo parecido, pessoas que se unem por não se encaixarem em nenhum grupo estabelecido pela sociedade. Não importa qual seja a motivação aqui as pessoas encontrar uma família em um grupo que não possuí nenhum laço biológico entre si. Esse é um tropo bastante encontrada em livros de fantasia e LGBTQIA+.
- Friends to lovers: apresenta melhores amigos, amigos de infância ou simplesmente amigos, que ao longo da narrativa a vão acabar se apaixonando.
- Enemies to lovers: os protagonistas se odeiam, mas vão acabar se apaixonando em algum momento.
- Fake dating: tudo começa com um namoro de mentira.
- Age Gap: representa um relacionamento romântico onde há uma diferença de idade considerável entre os personagens.
- Co-workers: a narrativa se desenvolve ao redor dos protagonistas trabalharem juntos.
- Grumpy & Sunshine: um dos protagonistas é uma pessoa rabugenta e mal-humorada enquanto o outro é um raio de sol, sempre de bom humor e radiante.
- Final Girl: a personagem que sofre muito, mas sobrevive no final. Esse tropo geralmente aparece com maior frequência em histórias de terror e refere-se à última garota viva a confrontar o assassino, aparentemente a que resta para contar a história.
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