Arquétipos na construção de personagens

Foto: Blessed & Highely Favored

Olá escritores!


Você já ouviu falar de dos Arquétipos? Ainda que essa palavra não soe familiar para você, ela é algo recorrente no seu cotidiano, e principalmente no momento de dar vida aos personagens da sua história. Hoje daremos início a uma série de postagens que irá abordar os Arquétipos apresentados no livro “A Jornada do Escritor: Estrutura Mítica para Escritores”, de Christopher Vogler.  Animados para embarcar nessa jornada!? 


Antes de nos aventuramos pelos Arquétipos, precisamos primeiramente entender o que eles significam.


O psicólogo suíço Carl G. Jung com base no estudo de símbolos e mitos originárias de diferentes culturas e eras, traçou moldes e padrões de comportamentos que definem formas específicas de ser e estar em sociedade. Ele sugeriu a existência de um inconsciente coletivo, semelhante ao inconsciente pessoal. Os contos de fadas e os mitos seriam como os sonhos de uma cultura inteira, brotando desse inconsciente coletivo. 


Em resumo Jung empregou o termo arquétipos para designar antigos padrões de personalidade que são uma herança compartilhada por toda a raça humana.


O conceito de arquétipo é uma ferramenta imprescindível para se compreender o propósito ou função dos personagens em uma história. Se você descobrir qual a função do arquétipo que um determinado personagem está expressando, isso pode lhe ajudar a guiar o desenvolvimento dele na história.  Os arquétipos fazem parte da linguagem universal da narrativa. Dominar sua energia é tão essencial ao escritor como respirar, segundo Vogler.

 



Arquétipos como funções


Quando você enxerga os arquétipos como personagem como funções flexíveis para se obter certos resultados na história e não como figuras imutáveis, é possível liberar a narrativa e criar uma história cheia de nuances e muito mais interessante para o leitor.   


Ter em mente essa possibilidade de flexibilidade, explica como um personagem pode manifestar dentro da mesma história características de mais de um arquétipo.


Outra maneira de encarar os arquétipos clássicos, de acordo com Vogler é vê-los como facetas da personalidade do herói (ou do escritor). Os outros personagens representam possibilidades para o herói — boas ou más. Às vezes um herói ao longo de sua jornada segue reunindo e incorporando a energia e os traços de outros personagens. É como se o herói começasse a história incompleto e ao longo da história cada personagem que cruza seu caminho tem como função ensinar algo para que ao final ele se torne um ser humano completo. 


Os arquétipos também podem ser vistos como símbolos personificados das várias qualidades humanas. Como as cartas dos arcanos maiores do taro, que representam os diferentes aspectos da personalidade humana completa.

 


Os arquétipos como emanações do Herói



Os arquétipos mais comuns e mais úteis


Para quem conta histórias, certos arquétipos são uma espécie de ferramenta indispensável ao ofício. Não é possível contar histórias sem eles. Os arquétipos que ocorrem com mais frequência nas histórias (logo, os mais úteis para que um escritor conheça) são:


  •         HERÓI
  •         MENTOR (VELHA OU VELHO SÁBIO)
  •         GUARDIÃO DE LIMIAR
  •         ARAUTO
  •         CAMALEÃO
  •         SOMBRA
  •         PÍCARO

 

É evidente que existem muitos outros arquétipos — tantos quantas são as qualidades humanas que podem ser dramatizadas numa história. Os contos de fadas estão repletos de figuras arquetípicas: o Lobo, o Caçador, a Mãe Boa, a Madrasta Má, a Fada-Madrinha, a Bruxa, o Príncipe ou Princesa, o Estalajadeiro Cobiçoso e assim por diante, que desempenham funções altamente especializadas. Jung e outros identificaram muitos arquétipos psicológicos, como o Puer Aeternus, ou o eterno menino, que pode ser encontrado em mitos como o do sempre-jovem Cupido, em histórias de personagens como a de Peter Pan, e na vida, como homens que nunca querem crescer.


 

Duas perguntas ajudam um escritor a identificar a natureza de um arquétipo:

    1.  Que função psicológica, ou que parte da personalidade ele representa?
    2.  Qual sua função dramática na história?


Lembre-se dessas perguntas enquanto conhecemos um pouco mais sobre os sete arquétipos básicos, as pessoas e energias que provavelmente vamos encontrar na Jornada do Herói. Caso você não conheça a Jornada do Herói ou queira recordar confira nossa postagem sobre o assunto aqui.

 

Esperamos que você tenha gostando de saber um pouco mais sobre o  que é Arquétipo e como ele pode te ajudar na hora de criar seus personagens. Na próxima postagem sobre esse assunto iremos conhecer mais sobre o Arquétipo do Herói.  Agora nos conte você costuma usar os Arquétipos como base para a criação de seus personagens? 




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