Projeto Escrita Criativa — Desde 2015 reunindo pessoas que gostam de escrever.
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Como você escreve e edita as informações do seu texto?


Olá, escritores!

Uma dúvida que algumas alunas me trouxeram durante as minhas aulas de escrita é: como passar informações importantes, que eu sei que o leitor precisa, na minha narrativa? A resposta passa por alguns aspectos importantes, dentre eles, o foco narrativo, mas trago abaixo alguns pontos que trazem um pouco de luz.

Segundo Lola Sabarich e Felipe Dintel, no livro Como melhorar um texto literário (Editora Gutenberg), um autor erra ao colocar informações no texto quando dá informações excedentes ou não acerta o momento/tom ao passar informações ao leitor. É importante, então, analisar se a sua escrita não está caindo nos seguintes casos descritos abaixo.


Saiba mais: acesse nossa Biblioteca Criativa e veja outras sugestões de livros sobre escrita literária.


Como você transmite uma informação importante no seu texto?


As 4 formas ruins de passar informação

1. Informações redundantes

Normalmente o autor fica se repetindo quando acredita que aquela informação é muito importante ou quando ele tem dúvidas se o leitor compreendeu a mensagem quando ela foi apresentada pela primeira vez.

2. Informações irrelevantes

Quando o autor coloca muitos detalhes na narrativa que não servem para nada. A falta de função torna a leitura cansativa e confusa, além de gerar falsas expectativas para o leitor.

3. Autor que narra a informação com a própria voz

O texto tem um desencontro na voz narrativa. Fica óbvio que quem passa a informação é o autor do texto, não o narrador ou os personagens. Geralmente, essas são informações que o autor considera importantes, mas soam quase como um discurso militante ou didático em um trecho em específico.

4.  Informação sem naturalidade

Acontece quando o autor sabe que precisa entregar uma determinada informação ao leitor, mas não considera a anatomia interna e a lógica do relato. Ou seja, há um conflito entre forma e conteúdo. De modo geral, isso se dá quando:
a.     Um personagem conta a outro algo de que este já sabe;
b.    As reflexões, lembranças e falas de um personagem se apresentam num monólogo tão perfeitamente estruturados que soam artificiais.

Salve esta imagem para não se esquecer dessas dicas. ;)



6 caminhos para a resolução desses problemas

1. Escolher momentos-chaves

Se você tem uma informação que é crucial para o andamento da sua narrativa, em quais momento ela pode aparecer? Se ela tiver que voltar para a história, por que ela volta? Definir os momentos-chaves é uma solução para que o seu texto não se torne confuso e cansativo.

2. Reescrever o que puder ser reescrito, cortar o que puder ser cortado

Tudo numa narrativa tem um porquê. Sendo assim, se esse motivo não estiver claro para o leitor ou reescreva de modo que torne isso compreensível ou simplesmente corte. Sei que, às vezes, dá dó de sair retalhando o texto, mas pense que esse detalhe ou essa informação cortada pode ser utilizado em outro texto, com outra ideia. 

Um modo prático de fazer isso é colocando a palavra-chave da informação na busca do Word e ver quantas vezes e em quais momentos ela aparece. Isso vai tornar a sua visualização mais rápida e vai te ajudar tanto a saber se aquela informação está no momento ideal, se está se repetindo e se pode ou não ser cortada dali.

3. Colocar a informação nas ações, falas e espaço psíquico na boca e no corpo do personagem

Algumas pautas são realmente importantes, mas é preciso trazê-las ao texto com naturalidade. Ao invés de colocar um trecho enorme falando como formas de discriminação são ruins, o que deixaria a narrativa com o tom de livro didático ou de militância, que tal mostrar isso por meio do seu personagem? Ele pode se defender de uma discriminação (ação), ele pode contar para outro personagem como foi viver ou defender alguém próximo disso (fala), ele pode sonhar com isso ou ter uma lembrança de algum acontecimento do gênero (psiquê). Assim, você consegue abordar o tema e passar as informações importantes de modo mais natural dentro do texto.

4. Mudar o foco narrativo

Uma característica que causa estranhamento ao leitor é quando a informação cai do céu, do nada. É importante que ela entre de forma natural no texto, como visto no item anterior. Se a informação dada pelos personagens em geral ou pelo narrador em primeira pessoa não soar natural, talvez seja preciso mudar o foco narrativo para a 3ª pessoa do discurso. Como há a possibilidade que o narrador em 3ª saiba de tudo (no caso do narrador onisciente), não vai soar estranho que ele tenha aquela informação.


Leia também: Foco narrativo: o que é, tipos e exemplos.


5. Repetir em camadas

Caso tenha que repetir uma informação, entregue ao leitor em doses homeopáticas. Sempre que trouxer ao leitor aquela informação, acrescente algo novo ali. Assim, você reforça o que quer dizer e dá um tom de novidade, ao mesmo tempo, evitando que o texto fique cansativo.

6. Escrever monólogos interiores não lineares

Os nossos pensamentos não seguem uma estrutura: você começa pensando que está com fome, e isso te lembra a sua comida preferida, que lembra que você tem que comprar o remédio da sua mãe, que lembra que se ela visse as cortinas beges da sala tão sujas assim falaria um monte, então é preciso ligar na lavanderia pra saber quanto isso vai lhe custar, mas que só de pensar que vai ter que tirar as cortinas do varão, colocá-las num saco e levá-las até lá para buscá-las um ou dois dias depois já dá preguiça. Era bom quando não morava sozinha porque sempre tinha alguém que resolvia essas coisas da vida adulta por você. Como já escreveu Machado de Assis, as ideias ficam saltando de um lado a outro no trapézio, sendo assim, monólogos interiores muito certinhos não são verossímeis e soam como artificiais. Trazer caos para esses diálogos internos é fundamental para passar credibilidade no seu texto. 

Salve esta imagem para não se esquecer dessas dicas. ;)


Por fim...

Como disse no início deste post, são vários os fatores que tornam o modo como damos informações em um texto bons ou não. Minha sugestão é planejar os momentos-chaves e deixar para pensar as dicas na hora da edição. Você pode reler muitas vezes o seu texto, grifando os pontos que considera mais importantes de cada capítulo e, a partir disso, pensar nos pontos apresentados neste post. Pode, ainda, contratar uma leitura crítica para compreender mais profundamente a estrutura da sua narração, o que funciona, ou não. 

Saiba mais: contrate as cofundadoras do Projeto Escrita Criativa para aulas de escrita, leitura crítica e outros serviços.

Há vários caminhos para pensar em como informar o nosso leitor sem ser chato ou cansativo. O que é fundamental não esquecer é que tudo isso é o que chamamos de "problema de estrutura" e que, portanto, pode ser corrigido.

 


Ao longo dos anos, muitas mulheres incríveis se destacaram no campo da literatura brasileira (ainda que muitas não tenham tido o reconhecimento merecido ainda em vida), contribuindo para a diversidade literária e para o desenvolvimento da cultura brasileira. Para citar algumas, podemos citar Maria Firmina dos Reis, Júlia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Carolina Maria de Jesus, Clarice Lispector Adélia Prado, Rachel de Queiroz, Cecília Meireles, Cora Coralina, Hilda Hilst e tantas outras.

Neste texto, vamos citar cinco nomes e suas principais conquistas. Caso você se interesse pelo assunto podemos no futuro nos aprofundar na influência dessas mulheres e de outros nomes da literatura nacional.

Wikimedia Commons


Júlia Lopes de Almeida (1862 – 1934)

Nascida no Rio de Janeiro, Júlia Lopes de Almeida foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras (ABL) e seria a primeira mulher da ABL, ocupando a cadeira número 3. Ainda que participasse ativamente das reuniões e tenha contribuído para a fundação da ABL, ela não foi escolhida para figurar entre os imortais da Academia. Graças ao padrão francês das academias literárias seguindo na época, a ABL, fundada em 1897, não aceitava mulheres. A cadeira que deveria ser da autora foi, então, concedida ao seu marido Filinto de Almeida. Foi apenas em agosto de 1977 que a Academia Brasileira de Letras passou a aceitar mulheres, com a entrada da escritora Rachel de Queiroz.

Além disso, a autora é tida como uma das pioneiras da literatura infantil brasileira

Para conhecer: Contos Infantis (1886), Traços e iluminuras (1887), A família Medeiros (1892), A faLência (1901), Correio da roça (1913) e Pássaro tonto.

 

André Valente/BBC


Maria Firmina dos Reis (1822 – 1917)

Nascida em São Luís do Maranhão, Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista brasileira. Além de escrever em um período em que a literatura era majoritariamente formada por homens brancos e ricos, a autora fundou no início de anos de 1880 a primeira escola mista e gratuita do Maranhão e uma das primeiras do país. E também foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no estado do Maranhão para o cargo de professora de primário.

Seu livro Úrsula, publicado em 1859, é considerado uma obra revolucionária para o seu tempo, e destaca-se como o primeiro romance abolicionista e a partir do ponto de vista dos escravizados de autoria feminina da língua portuguesa; e, provavelmente, o primeiro romance publicado por uma mulher negra em toda a América Latina.

 

Para conhecer: Úrsula (1859), Gupeva (1861), Cantos à beira-mar (1871) e A escrava (1887).


Aliança Traduções


Rachel de Queiroz (1910 – 2003)

Nascida em Fortaleza, Ceará, Rachel de Queiroz é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras do século XX.

Em 1927, estreou com o pseudônimo de Rita de Queirós, publicando no jornal O Ceará. Em 1930, publicou seu primeiro romance O Quinze, com o qual posteriormente tornou-se nacionalmente conhecida e ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha. Com vinte anos, projetava-se na vida literária do país, levantando a bandeira do romance de fundo social, intensamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca.

Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, e a quinta ocupante da Cadeira 5. Além disso, foi a primeira mulher e a primeira brasileira a ganhar o Prêmio Camões em 1993.

Para quem não conhece o Prêmio Camões de Literatura foi instituído em 1988 com o objetivo de consagrar um autor de língua portuguesa que, pelo conjunto de sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da Língua Portuguesa.

Até o momento entre os vencedores do prêmio temos apenas sete mulheres, das quais apenas duas são brasileiras, são elas: Paulina Chiziane (2021), Hélia Correia (2015), Lygia Fagundes Telles (2005), Agustina Bessa-Luís (2004), Maria Velho da Costa (2002), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999) e Rachel de Queiroz (1993).

Em 2000, foi eleita para o elenco dos “20 Brasileiros empreendedores do Século XX”, em pesquisa realizada pela PPE (Personalidades Patrióticas Empreendedoras).

Para conhecer: O Quinze (1930), João Miguel (1932), Caminho de Pedras (1937), As três Marias (1939), A donzela e a moura torta (1948), O menino mágico (1967), Dora, Doralina (1975), O galo de ouro (1985) e Memorial de Maria Moura (1992)


Foto Reprodução

 

Nélida Piñon (1937 – 2022)

Nascida no Rio de Janeiro, Nélida Piñon foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, entre 1996 a 1997, e a quinta ocupante da Cadeira 30 da Academia. Em 1998, foi primeira mulher a receber o Doutor Honoris Causa da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha. Também foi titular da Cátedra Henry King Stanford em Humanidades, da Universidade de Miami, entre 1990 a 2023 ocupada anteriormente por Isaac Baschevis Singer, prêmio Nobel de Literatura de 1978).

A autora se aventurou por diversos gêneros, mas teve destaque na sua criação de contos.

Para conhecer: Guia-mapa de Gabriel Arcanjo (1961), Tempo das frutas (1966), A Casa da Paixão (1972), O calor das coisas (1980), Vozes do Deserto (2005), Coração Andarilho (2009) e Filhos da América (2016).

getty images

Lygia Fagundes Telles (1918 – 2022)

Nascida em São Paulo, Lygia Fagundes Telles é conhecida como "a dama da literatura brasileira" e foi considerada a maior escritora nacional ainda viva até seu falecimento em abril de 2022, e é a segunda (e, até agora, a última) mulher do Brasil a receber o Prêmio Camões. Também foi ganhadora do Prêmio Jabuti (ganhou cinco ao longo da vida). Internacionalmente, já foi condecorada com a Ordem das Artes e das Letras pelo governo francês.

Foi graças ao incentivo de seus amigos Carlos Drummond de Andrade e Érico Veríssimo, que Lygia seguiu carreira na literatura. Em 1954 a autora lançou seu primeiro romance, intitulado Ciranda de Pedra, muito elogiado pela crítica é considerado a obra em que a ela alcança maturidade literária.

Em 1976, durante a ditadura militar, integrou uma comissão de escritores que entregou ao Ministro da Justiça o famoso “Manifesto dos Mil”, veemente declaração contra a censura. Ainda, em 1977, foi presidente da Cinemateca Brasileira. Em 1985 foi eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL), sendo a quarta ocupante da Cadeira nº 16.

Para conhecer:  Ciranda de Pedra (1954), Histórias do Desencontro (1958), Verão no Aquário (1963), Antes do Baile Verde (1970) As Meninas (1973), Seminário dos Ratos (1977), A Disciplina do Amor (1980), As Horas Nuas (1989), A Noite Escura e Mais Eu (1995) e Invenção e Memória (2000), Durante Aquele Estranho Chá (2002) e Conspiração de Nuvens (2007).



Esperamos que essa postagem inspirem você a conhecer mais sobre as mulheres que fizeram história na literatura brasileira e que elas te inspirem na hora da sua escrita.  Aproveitando o gancho, conta pra gente quais autoras te inspiram e quais você gostaria de saber mais sobre aqui no Projeto Escrita Criativa? 

 

Imagem sob licença Creative Commons por Tookapic


Você está pensando em publicar o seu livro de maneira independente, mas ainda não decidiu se quer publicar por gráfica ou por uma plataforma de autopublicação? Então vem com a gente que contaremos para vocês as principais diferenças!

Querendo ou não, ambos meios vão ser responsáveis pela impressão do livro, porém o que acontece depois disso é o diferencial.

 

Gráfica.

Existem diferentes tipos de gráficas espalhadas pelo Brasil, cada uma com o seu custo de produção e funcionamento.

- Tiragem

Algumas gráficas trabalham por meio de tiragem que pode variar desde uma impressão até mil livros, por exemplo. Algumas podem pedir um mínimo para realizar a impressão, como 10 livros. Geralmente quanto maior a quantidade de livros impressos, menor é o custo por unidade. Por isso é importante saber desses detalhes antes de enviar o livro para a gráfica.

- Custo

O custo de toda a impressão sairá do bolso do escritor, além do valor do frete para entrega em sua casa.

- Distribuição para leitores

O escritor receberá os livros impressos em casa e será o responsável de enviar cada exemplar para os leitores. É muito importante não esquecer de calcular o valor do envio, decidindo se será cobrado um valor para os leitores ou se você se responsabilizará por esse valor.

- Distribuição em lojas e e-commerce

Esse trabalho também será realizado pelo escritor, entrando em contato com as diferentes lojas e e-commerce averiguando quais são os requisitos e a comissão para colocar o seu livro nesses lugares.

- Royalties

O escritor decidirá o valor do livro tendo em conta uma margem de lucro, calculando sempre a partir do custo de produção da gráfica, sem ter que pagar uma comissão por cada livro vendido.

 

Plataforma de autopublicação

As plataformas de autopublicação costumam trabalhar da mesma forma entre si, variando em relação a valores de produção de royalties.

- Tiragem

Ao disponibilizar o seu livro, não é necessário que você compre exemplares. Não existe uma quantidade de tiragem mínima ou máxima. O leitor entrará na plataforma e comprará quantos livros desejar. Isso significa que você não terá que pagar pela impressão.

- Custo

O custo de toda a produção e de frete é realizado pelo leitor. O escritor não se responsabilizará por nenhum custo.

- Distribuição para leitores

A própria plataforma ficará encarregada de enviar os livros para os leitores cobrando deles o frete correspondente.

- Distribuição em lojas e e-commerce

Algumas plataforma de autopublicação possuem parcerias com diferentes lojas e e-commerce. Geralmente, para ativar essa distribuição é necessário que o seu livro tenha ISBN registrado, além de ativar essa opção de parceria com as lojas. Sempre tendo em mente que ao fazer isso, a sua margem de royalties pode ser menor, já que essas lojas também costumam pegar uma parte do valor final do livro ou vendem o livro mais caro para poder ter ganhos sobre a venda do livro na página.

- Royalties

Ao subir o livro na plataforma de autopublicação você deverá definir quanto quer ganhar para cada exemplar vendido, os sites costumam mostrar o valor de produção, mais a comissão deles e você deve acrescentar o valor que deseja ganhar sobre esse valor já estabelecido pela plataforma. Geralmente o livro pode acabar saindo um pouco mais caro em comparação ao da gráfica, porém você tem outras vantagens.

 

Essas são as principais características presentes nessas formas de publicação. E você, já publicou o seu livro de maneira independente? Conta para a gente!

Foto de Towfiqu barbhuiya, via Unsplash.


Olá, escritores!

Às vezes nós estamos tão focados em escrever e terminar o nosso livro, que nos esquecemos que nossa carreira vai um pouco além da escrita. Isso se dá principalmente quando somos autores independentes e temos que pensar em nossa profissão de modo mais global. Sendo assim, trouxemos no post de hoje algumas perguntas que podem nos ajudar a nos preparar para ter mais leitores. 


Reflexão a ser feita

1. Eu tenho uma rede de leitores? Quando eu lançar o meu livro, já terei público para me ler?

2. Como eu estou construindo essa rede de leitores?

3. Como eu posso gerar curiosidade nos meus leitores antes do lançamento do meu livro?

4. Eu tenho dinheiro para lidar com todos os custos do lançamento de um livro (revisor, diagramador, capista, impressão, aluguel do local de lançamento, fotógrafo etc.)? Se não tenho, como posso me organizar para ter? 

5. Eu tenho todos os paratextos (minibiografia, sinopse, texto de orelha, prefácio/posfácio etc.) do meu livro?

6. Como eu pretendo publicar: em uma editora pequena, em uma editora grande, sozinho? Qual é o grau de participação dessa editora no lançamento do meu livro?

7. Eu tenho uma equipe de apoio para o dia do evento de lançamento? Tenho dinheiro para contratar essas pessoas? Tenho familiares e amigos que possam me ajudar nesse dia?

8. Depois que eu lançar o meu livro, o que posso fazer para divulgá-lo? Como posso falar do meu trabalho sem perturbar as pessoas ao meu redor? 

9. Como eu posso fazer a transição da divulgação do meu livro publicado para o próximo?

10. Como eu posso sistematizar os dados das vendas do meu livro depois de lançado?

11. Como os dados de vendas do meu livro pode me ajudar a alavancar a minha carreira? 


Plano de ação



A ideia é que, após responder a essas perguntas, nós possamos traçar um plano de ação que seja efetivo e eficiente. Para facilitar, seguem algumas sugestões:

  • Agrupar as respostas em categorias. Algumas sugestões de agrupamento são: antes, durante e depois do lançamento; criação, equipe/relacionamento, finanças; produção, marketing, resultados;
  • Crie um fluxo de trabalho com datas e prazos. Assim você evitará procrastinar;
  • Dentro desse fluxo, separe um momento de replanejamento e avaliação ao longo de cada etapa. Assim, ficará mais fácil saber onde tem furos e corrigi-los.

Pensar em tudo isso ajuda a fazer melhores escolhas e evita frustrações (de escolher os profissionais errados ou de não ter público depois que todo o trabalho foi realizado). 



Agora é com vocês

Vocês já pensaram nos pontos acima? Tem alguma experiência boa ou ruim envolvendo alguma dessas reflexões? Gostaria que a equipe do Projeto Escrita Criativa falasse sobre algum desses pontos de forma mais aprofundada? Compartilhe a sua opinião nos comentários deste post.


Leia também:
  • Aquele Planner de Escrita;
  • 3 dicas para transformar o seu sonho em realidade;
  • 8 dicas de como organizar uma rotina que lhe ajude no seu processo de escrita;
  • 6 dicas de como acreditar em si mesmo e se assumir escritor;
  • 7 formas de entrar em contato com editoras.

 

5 tipos de perfeccionismos e o impacto no nosso processo criativo
Foto de Kara, via Unsplash.

Olá, escritores!

Durante as férias do Projeto Escrita Criativa, eu estava ouvindo ao podcast Life Kit, produzido pela NPR, cujo episódio "The five kinds of Perfectionists" ("Os cinco tipos de perfeccionistas", em tradução livre) me chamou muito a atenção. Por isso, resolvei compartilhar um pouco do conteúdo e das minhas pesquisas posteriores sobre isso e, claro, minhas reflexões com vocês.

Vale dizer que o episódio do podcast parte das falas e dos estudos da Katherine Morgan Schafler, que é psicoterapeuta e autora do livro The Perfectionist's Guide to Losing Control: a path to peace and power (sem publicação no Brasil ainda). Todos os links estarão no final deste post.


A origem da palavra


Origem da palabra perfeição.
Você já pensou a origem do seu perfeccionismo?


Segundo o podcast, a palavra perfeição vem do latim e significa "feito por completo", "feito completamente". Numa busca rápida no Houaiss, temos: "lat. perfectio,onis 'perfeição, complemento, remate'". Ou seja, algo perfeito é algo terminado, rematado. Já sufixo -ismo, por sua vez, vem do grego antigo, que depois foi incorporado ao latim, e é usado para definir comportamentos ou um determinado conjunto de ideologias presentes em uma sociedade. 

Portanto, uma pessoa que adota o perfeccionismo, partindo da etimologia, é alguém que tem o comportamento de terminar aquilo que começa. Ou seja, tanto a palavra perfeição, quanto a palavra perfeccionismo, em seus nascimentos não traziam consigo a ideia de algo tido como sem defeito ou falhas.


Atualmente a coisa muda

Morgan Schafler trabalhou por anos atendendo mulheres que trabalham no mercado financeiro de Nova York e foi justamente esse trabalho que a levou a estudar o perfeccionismo. Ela diz que muita gente só pensa na versão clássica da definição de perfeccionista: 

"...aquela pessoa que quer tudo perfeito, todo o tempo. Essas pessoas querem que o clima esteja perfeito, querem se vestir perfeitamente, querem atingir seus objetivos perfeitamente etc., etc. Essa definição não é precisa. Ela é uma supersimplicação de uma força que é muito mais complexa, fluida e individual. De uma força que pode ser tanto construtiva, quanto destrutiva, dependendo de como você a gerencia". (Katherine Morgan Schafler, para o Life Kit podcast)


As vantagens e o poder de ser perfeccionista 


As vantagens de ser perfeccionista.
Você já refletiu sobre as vezes que o seu perfeccionismo te ajudou?

A definição de Katherine Morgan Schafler para perfeccionismo é: "um impulso humano natural - quando ele é saudável". Perfeccionistas, por sua vez, são "pessoas que mais frequentemente que os outros veem a lacuna entre a realidade e o imaginário e objetivam construir uma ponte para preencher essa brecha, contudo elas não só têm o objetivo de construir essa ponte, mas se sentem compelidas a fazê-lo". 

Embora haja variáveis, as formas de se viver o perfeccionismo têm, em suas essências, algumas características em comum. De um modo geral duas chamam a atenção:

  1. perfeccionistas conseguem ver o potencial da situação em que estão envolvidos e como o mundo pode se beneficiar disso: no nosso, caso, vemos potencial na nossa história, no nosso livro, na nossa carreira criativa e como nossos textos podem ajudar pessoas desde aprenderem a ler, no caso da literatura infantil, passando por aprender uma língua, conhecer a nossa cultura, registrar o nosso momento histórico ou a coisas mais subjetivas como ter mais empatia depois de passar por um verso de um poema ou conhecer alguns de nossos personagens.
  2. perfeccionistas são muito bons em encontrar os seus próprios caminhos e se desenvolverem: como os perfeccionistas têm um padrão próprio dentro de suas cabeças, essas pessoas estão sempre em busca de aperfeiçoamento e não se contentam com qualquer padrão do que é ser bom. No caso de escritores, estão em constante movimento de busca por feedback para fazerem a edição e de revisão de seus textos, de modo a entregarem o melhor que podem ao mundo.

É importante ressaltar, no entanto, que é fundamental manter os dois pontos acima em equilíbrio (e que é importante entender o que é equilíbrio para você). Uma vez que se focar só em um ou nos dois pontos acima, leva a pessoa a ficar andando em círculo e não sair do lugar.


Perfeccionismo é questão de gênero?

Morgan Schafler destaca no podcast o poder a linguagem e como isso impacta no inconsciente coletivo de uma sociedade. Um exemplo que ela traz é o uso em inglês da palavra "bossy" (algo como "mandona, autoritária"), como ela é usada pejorativamente para se referir a mulheres em cargos de chefia e como não há uma expressão equivalente para falar de homens que ocupam altos postos na hierarquia das grandes empresas. Em português, temos o homem sendo visto como assertivo e a mulher sendo vista como louca, grossa, histérica em situações similares.

Por que é importante pensar sobre as palavras e como elas impactam ou não as relações entre as pessoas? Porque muita gente que não está na classe dominante (homem, branco, hétero, cisgênero) se sente impelida a ter um grau de excelência absurdo para ser respeitado por aquilo que sabe seja por estudo, por experiência ou pela práxis de uma vida inteira. A linguagem fica no inconsciente de uma sociedade que cobra demais dessa minoria, que exige cada vez mais, que sobrecarrega levando a burnout e tantos outros sofrimentos psíquicos. 

Acima escrevi sobre manter a busca pelo potencial e por desenvolvimento em equilíbrio. Entretanto, as pesquisas da Morgan Schafler demonstram que para mulheres, o público por ela estudado, o que é tido como equilibrio está totalmente desequilibrado: 

Equilíbrio em sua definição original de equilíbrio energético é saudável, mas equilíbrio, como entendo agora, é apenas ser boa em estar ocupada. Dizer a uma mulher para ser equilibrada, não é dizer para ela encontrar o ponto ideal de equilíbrio energético, é dizer que ela deve fazer malabarismos para manter tantas tarefas, algo como 'dê mais uma outra tarefa pra ela e veja até onde ela chega, ela não vai te deixar na mão'. Isso não tem nada a ver com saúde. O tipo de equilíbrio estamos oferecendo às mulheres é enganoso e nunca chega. A gente não percebe isso, o quanto o equilíbrio não está aqui e não é real porque estamos muito ocupados nos culpando. Nós ainda não tivemos esse insight, porque estamos constantemente recebendo a mensagem se você tivesse um "instapot", você poderia ser equilibrado; se você tiver só esse app, você pode se tornar equilibrado; se você apenas acordasse uma hora mais cedo, poderia ser equilibrado... e eu acho que perfeccionistas são pessoas que não são equilibradas e que recebem constantemente a mensagem dizendo 'desacelere, você está fazendo demais, você precisa voltar ao seu equilíbrio', como se fosse consenso de que equilíbrio significa ser saudável, quando não é mais assim. 'Apenas encontre o equilíbrio, apenas isso'. (Katherine Morgan Schafler, para o Life Kit podcast)

Essa reflexão sobre o perfeccionismo como questão de gênero não só me faz pensar tanto na minha vida prática como uma mulher negra numa sociedade machista e misógina, mas também nas escolhas de palavras que eu uso como escritora para apresentar os meus personagens, por exemplo. Vocês já pararam para refletir sobre isso?


Afinal, o perfeccionismo saudável ou não?

Como saber se o seu perfeccionismo é saudável ou não?
Quando o seu perfeccionismo deixa de ser saudável?



Dito que o equilíbrio é necessário, que é preciso pensar o que é vendido como equilíbrio ou não. Como saber se o modo como estamos sendo perfeccionista está ajudando ou atrapalhando o nosso modo de vida e o nosso processo criativo? Simples, analisando como e por que estamos sendo perfeccionistas.

Como você persegue esse ideal? Você está sendo perfeccionista de um jeito que está te machucando ou machucando as outras pessoas ao seu redor? 
No caso da escrita, o fato de não conseguir colocar uma ideia no papel, de não parar de reescrever ou de não conseguir terminar aquele livro que você já publicou alguma parte e as pessoas te cobram a continuação faz com que vocês ou os seus leitores se sintam tristes?

Por que você o faz? Você acha que atingir essa perfeição vai te dar um passe livre para que você se sinta pertencente a ou valorizado por um determinado grupo? Você precisa de uma validação externa para se sentir bem?
No caso da escrita, você não lança o livro por ter medo de não ter ninguém no evento de lançamento, não escreve em um blog porque acha que ninguém vai ler, não manda o seu manuscrito para uma editora porque tem medo da rejeição? Simplesmente tem pavor de ouvir que alguém não gostou do seu texto?

Vale ressaltar que ideais movem o mundo e que aperfeiçoamento de textos fazem parte da vida. Há alguns autores (como a Lygia Fagundes Telles) que sempre fazem pequenos ajustes nos livros antes de sair uma nova edição deles. Protótipos de produtos sempre são testados e atualizados. Se pensarmos na tecnologia, então, sempre há alguma atualização de software/app para ser feita, por exemplo. A busca por preencher a lacuna entre o que existe o que não existe é fato inerente da humanidade. O como e o porquê essa busca é feita que são pontos de atenção para o que é saudável ou não. Se o seu como e o seu porquê barram o seu processo de escrita, é importante buscar outros meios mais saudáveis de atingir o ideal de colocar literatura no mundo. (Caso precise, procure um psicólogo.)

Controle x poder

Uma das coisas que se diz sobre perfeccionistas é sobre a necessidade de controle. Sobre isso, Katherine Morgan Schafler fala que há uma diferença entre ter controle e ter poder. Essa diferença também pode ajudar a entender se o nosso perfeccionismo passou da linha do saudável ou não. Em suas palavras:

Controle é sobre manipulação. Poder é sobre influenciar. O controle é miope, você tem que planejar tudo minuciosamente, porque o que você faz na sequência depende de todos os fatores que você tinha de informação prévia. Já o poder é realmente visionário porque permite que você se dê ao luxo de dar grandes saltos de fé e ser capaz de dizer: 'não importa o que aconteça com o resultado, eu sei quem sou, o que é importante para mim e confio em mim mesmo que eu sei o que fazer da próxima vez'. O controle é mais frenético porque tem uma energia desesperada e uma ansiedade concomitante que as outras pessoas ao seu redor podem sentir. Quando nos sentimos impotentes (sem poder), dobramos o controle superficial, algo que sempre se torna um tiro pela culatra. Na hora, parece que estamos controlando na coisa responsável a fazer já você não consegue encontrar seu próprio poder. (Katherine Morgan Schafler, para o Life Kit podcast)

Os 5 tipos de perfeccionismos 

Os 5 tipos de perfeccionismos
Qual é tipo de perfeccionismo que predomina por aí?


Katherine Morgan Schafler defende que há 5 tipos de perfeccionistas e que cada um deles tem seus lados positivos e negativos. Ela também nos conta que esses tipos de perfeccionismos se manifestam diferentemente nas diversas áreas da vida. Assim, você pode ser um perfeccionista clássico quando se trata de finanças, perder o interesse em alguém no terceiro ou quarto encontro (perfeccionista caótico) e ser procrastinador quando se trata de escrita, por exemplo. 

1. O perfeccionismo clássico

O perfeccionismo clássico é o do clichê que vem a nossa cabeça quando nós pensamos em pessoas que são perfeccionistas. Para quem gosta de astrologia, é como os virginianos são descritos: extremamente organizados, que seguem exatamente o que disseram que iriam fazer e fazem quando se propuseram a fazer, superlimpos, pontuais, que gostam de rotina.

Lado positivo: são superconfiáveis e ótimos em estruturar processos em qualquer ambiente de que façam parte.
Lado negativo: podem não ser tão espontâneos ou receber bem alguma oferta de colaboração de outras pessoas (porque querem fazer do seu jeito). Morgan Schafler ressalta que essas são duas características que ajudam a estabelecer conexão com outras pessoas, sendo assim, as relações se tornam meio transacionais e frias, o que fere tanto o perfeccionista quanto quem convive com ele seja no trabalho ou no ambiente familiar. Muitas vezes, por conta da dificuldade de estabelecimento de vínculos, o perfeccionista clássico acaba não se sentindo valorizado.
Tende a se comunicar explicando.

Pensando no processo de escrita, os perfeccionistas clássicos podem ser os que têm uma mesma rotina para escrever e que se vê frustrado se algo ou alguém interrompe essa rotina de escrita.


2. O perfeccionismo do procrastinador

O perfeccionista procrastinador é aquele que fica esperando todas as condições estarem perfeitas antes de começar a executar uma tarefa.

Lado positivo: se preparam muito bem porque olham para tarefa com uma visão de 360º de modo a prever tudo o que pode funcionar e tudo o que pode ser um desastre na hora de fazer algo. Procuram entender todas as etapas do processo (estejam eles envolvidos nelas ou não). Não são impulsivos.
Lado negativo: por nunca encontrar um cenário 100% perfeito, essas pessoas ficam ruminando a frustração de não ter um contexto ideal, isso sempre traz uma grande ansiedade para começar de fato algo.
Tende a se comunicar explicando.

Pensando no processo de escrita, os perfeccionistas procrastinadores são aqueles que iniciam o processo de planejamento de um livro, se envolvem muito com ele a ponto de ter todos os detalhes bem delimitados, mas têm dificuldades de iniciar o processo de escrita, edição, revisão e impressão propriamente ditos.


3. O perfeccionismo da bagunça, do caos

O perfeccionista caótico adora os começos. Eles amam começar as coisas e sentem prazer com isso, mas perdem energia no meio do caminho porque se dão conta que o projeto pode ter ganhado outra forma que não combina mais com o que romantizaram da ideia inicial.

Lado positivo: são muito criativos e sempre têm uma carta na manga.
Lado negativo: têm dificuldades em terminar o que começaram. Terminar um projeto traz ansiedade ou tédio.
Tende a se comunicar se expressando.

No caso da escrita, os perfeccionistas caóticos são aqueles que têm vários livros começados e nenhum deles terminados ou publicados.

4. O perfeccionismo intenso

O perfeccionista intenso é aquele que tem um foco muito bem definido. Ele é ótimo nas entregas do produto final. Um exemplo que Morgan Schafler nos dá de perfeccionista intenso é o Steve Jobs.

Lado positivo: foco muito bem definido a ponto de não se distraírem com nada e entrega.
Lado negativo: valorizam tanto o produto que será entregue que perdem o senso de equipe e da construção das relações ao longo do processo de trabalho. Se tornam um tanto controladores de todas as etapas que envolvem direta ou indiretamente os processos (são desses que não querem perder tempo escolhendo a cor da roupa para focar no objetivo final do trabalho). Então, acabam pagando um preço muito alto para alcançar o objetivo estabelecido, porque ninguém que está ao redor desse tipo de perfeccionista trabalha ou convive com algum grau de satisfação, conforto e segurança.
Tende a se comunicar explicando.

No caso da escrita, os perfeccionistas intensos são os que vão tratar mal ou com arrogância leitores que discordam do trabalho e os profissionais do livro (editores, revisores, capistas, diagramadores etc.) em nome daquilo que eles consideram um grau de excelência.

5. O perfeccionismo parisiense 

Os perfeccionistas parisienses são aqueles que, de cara podem ser identificados como aqueles querem se sentir perfeitamente amados. Já em um nível mais profundo, o que eles buscam é uma conexão perfeita consigo mesmo e com outras pessoas. 

Lado positivo: são pessoas que são empáticas e sabem reconhecer o que os outros querem/gostam. São pessoas calorosas, focam em incluir o outro, em ver todo mundo bem. Também são colaborativas e amam trabalhar em equipe.
Lado negativo: fazem de tudo para agradar o outro, de forma a sacrificar aquilo que queria. Não conseguem dizer não.
Tende a se comunicar se expressando.

No mundo da escrita, é aquele escritor que escreve o que os outros querem ler, não o que gostaria de fato escrever. Se recebe críticas que apontam coisas contraditórias sobre o texto, se esforça para atender o que foi apontado sem se perguntar se aquilo irá ou não fortalecer a obra, tomando tudo o que lhe é dito como verdade.


Formas de se comunicar

Foto de Headway, via Unsplash.


Basicamente perfeccionistas se comunicam de duas formas: se explicando ou se expressando. Os que se explicam, estão tão focados na entrega, que não levam em consideração a conexão com as pessoas. Já os que se expressam, estão tão focados em como se sentem (se conectar), que acabam se esquecendo da entrega.

Um escritor que seja perfeccionista clássico, procrastinador ou intenso pode dizer por exemplo: "Quero o meu livro diagramado para daqui dois dias". Nesse caso, há uma explicação (o que precisa ser feito), mas não há uma expressão. E isso afasta as pessoas que pode pensar que esse escritor é rude e arrogante. A comunicação se torna transacional. 

Na mesma situação, um escrito perfeccionista caótico ou parisiense poderia dizer: "estou extremamente ansioso, porque tenho medo de não dar tempo de que impressão seja feita a tempo do evento de lançamento". Nesse caso, há uma expressão (da ansiedade sentida), mas não há explicações do que deve ser feito e dos prazos. As pessoas que tendem a se comunicar assim falam muito sobre como elas se sentem, mas não o que elas precisam de fato. Ao mesmo tempo que isso as conecta quem as ouve (há empatia), faz com que elas pareçam dramáticas, reclamonas, ansiosas etc. 

Entender qual tipo de perfeccionista você está sendo, ajuda a fazer ajustes para uma comunicação mais efetiva. Para Morgan Schafler, quanto mais as pessoas trouxerem para o discurso explicação e expressão, menos ruídos teremos na comunicação.


Como usar essas informações a nosso favor?

Autoconhecimento é fundamental na nossa jornada.


Morgan Schafler é categórica ao dizer que é importante conhecer essas categorias, mas que ela as vê "como perspectivas, não como uma sentença", sendo assim, este "é um caminho para entender os nossos padrões". Como forma de reflexão, ela sugere se fazer algumas perguntas:

  • O que eu gosto nesse padrão?
  • O que eu quero manter nesse padrão?
  • Como esse padrão se manifesta nas diferentes áreas da minha vida: com meus pais/filhos, com a minha família, com os meus amigos, no trabalho, na minha relação comigo mesmo?

Pensando na escrita, eu acrescentaria:
  • Esses padrões se manifestam do mesmo modo nos diferentes tipos de texto que escrevo (poesia, conto, crônica, novela, romance etc.)?
  • Esses padrões se manifestam de forma diferente de acordo com a forma de publicação (blog, newsletter, redes sociais, e-book, livro físico, revistas etc.)?
  • Esses padrões variam se estou trabalhando de forma independente ou em equipe?
  • Como eu me comunico nessas relações com leitores, editoras, livreiros etc.?
  • Eu estou controlando a situação ou exercendo a minha soberania (agindo com poder pessoal)?


Considerações finais

Assim como tudo na vida, ser escritor exige autoconhecimento. Como sempre dizemos aqui no Projeto Escrita Criativa, quando algo nos paraliza temos que entender o porquê estamos congelados (ou andando em círculos). Em outros posts, contamos que muitas vezes o bloqueio criativo é por falta de informações / inspirações; em outras, por falta de conhecimento técnico. Hoje, nós vimos que pode ser por conta de alguns dos 5 tipos de perfeccionismo. 

A estudiosa dessa teoria tem, além do livro indicado na abertura deste post, um teste no site dela (em inglês) para ajudar a identificar qual tipo de perfeccionismo é predominante em cada um de nós.  Quem quiser responder ao quiz, pode clicar aqui. (Dica extra: você pode responder como se fosse um dos seus personagens, para saber que tipo de perfeccionista está criando. 😉)

Leia também:
  • Você não tem bloqueio criativo, você precisa de uma rotina criativa;
  • O bloqueio criativo como forma de inspiração;
  • 10 dicas para superar o bloqueio criativo.


Referências:

  • Life kit: The five kinds of perferctionists. Entrevistada: Katherine Morgan Schafler. Entrevistadora: Byline Marielle Segarra. NPR, 30 de janeiro de 2023. Disponível em: Spotify e NPR (com transcript).
  • Saiba mais sobre a Katherine Morgan Schafler, clicando aqui (site em inglês).
  • Acesse aqui para fazer o teste e descobrir o seu tipo de perfeccionismo predominante (site em inglês).


    

Imagem sob licença Creative Commons por cocoparisienne

    Você sabia que existem diferentes tipos de papel na impressão de um livro e que cada um deles é indicado para um tipo de publicação?

    Se você pretende publicar seu livro com uma gráfica ou em uma plataforma independente que permite a escolha de diferentes tipos de papéis, esse post é para você!

 

O Off-set

Parecido com o famoso papel sulfite de cor branca, porém com um pouco mais de qualidade e durabilidade em relação à umidade. Costuma baratear a impressão, por isso é muito usado na publicação de livros, porém é importante ter em conta que pelo contraste de fundo branco e corpo do texto preto, pode causar certo cansaço na vista. Igualmente continua sendo um dos papéis mais usados no mercado editorial.

Também possui uma maior absorção de tinta em comparação aos ouros papéis.

Utilizado para todo tipo de publicação, também recomendado para livros que possuam algumas poucas imagens coloridas.


 


O Pólen

Levemente amarelado, esse papel é o mais recomendado para livros longos já que, pela sua cor, não gera um cansaço na vista. Porém, costuma ser um pouco mais caro que a off-set. Além disso existem a pólen soft que é mais final e a pólen bold de maior espessura.

Geralmente usado para romances longos, porém também pode ser usado em qualquer tipo de publicação como livros de poesia, crônicas, etc. Não tão recomendado para livros com imagens coloridas, costumando tê-las em preto e branco.



 

O Couché

Papel mais resistente que possui um revestimento especial para impressão à cor, podendo ser fosco ou com brilho. Esse tipo de papel é recomendado para livros com muitas imagens, como livros de design, e principalmente para livros infantis, também costuma ser utilizado em revistas.



    É importante deixar claro que cada tipo de papel possui uma gramatura diferente. A gramatura é a massa representada em metros quadrados que o papel possui, para simplificar, pode-se dizer que está relacionada com o “peso” desse papel e por consequência é possível observar diferenças na grossura da folha de acordo com diferentes gramaturas. Geralmente para livros é usada a de 70g ou 90g quando o papel é off-set ou polén, usar um papel mais fino que estes, pode fazer com que a folha seja muito fina e seja possível observar o que está escrito do outro lado, incomodando a leitura da página atual com a interferência do texto presente no outro lado. Já o couché pode ser de 90g, 120g ou 150g dependendo do projeto do livro.

    Lembrando que um livro pode ter uma mistura de papéis no seu interior, por exemplo uma biografia pode ter todo o texto em off-set e algumas páginas com imagens inteiras em papel couché.

 


 


Olá, escritores! 

Esta é a nossa primeira postagem do ano e,  nada melhor do que começar 2023 com o nosso tão querido e esperado Desafio Criativo! 

Este ano nossa inspiração para a criação dos temas foi o Oráculo do Espírito dos animais. Assim como a lua  pode influenciar vários aspectos do nosso cotidiano e da nossa escrita, acreditamos que os animais também são uma ótima fonte de inspiração e sabedoria. Então que tal se aventurar nessa temática e deixar que ela inspire sua escrita ao longo dos meses? Confira os temas abaixo:


Temas

  • Fevereiro - Coala: A vida não é uma corrida 
  • Março - Gambá: Felicidade clandestina 
  • Abril - Girafa: Além do horizonte
  • Maio - Leão: Para não esquecer
  • Junho - Porco-espinho: Surpresas escondidas à vista de todos
  • Julho - Estrela-do-mar: Rompendo os limites 
  • Agosto -Tatu: Onde tudo começa e tudo termina
  • Setembro - Cisne: Um mergulho nas profundezas 
  • Outubro - Cachorro: O amor em todas as suas formas
  • Novembro -  Formiga: Juntos vamos mais longe
  • Dezembro - Beija-flor: O agora é tudo o que temos
  • Janeiro -  Cavalo: As palavras que ninguém diz
  • Carta Coringa - Morcego: Amanhã é um novo dia 


Esse ano teremos uma novidade que é a carta coringa, com ela você pode trocar o tema do mês que desejar. Por exemplo: você está tendo dificuldades com o tema de junho, então para não ficar sem escrever você pode escrever o tema correspondente a carta coringa! 

Obs: Caso você queira um desafio em dobro que tal utilizar o animal da carta correspondente ao mês que você esteja escrevendo para ser o protagonista da sua história? 

Exemplo: No mês de janeiro o tema é "As palavras que ninguém diz",  então seu desafio seria escrever uma história com esse tema onde o protagonista fosse um cavalo.     Você também pode usar as frases em cada carta como um auxilio a mais para dar vida ao seu texto. Neste caso seria a frase "A liberdade é sua".




E como faço para participar?


Para participar é bem simples, basta pegar o tema corresponde ao mês em questão e começar a escrever!

Você pode fazer uma postagem em seu blog (caso você não tenha um blog e deseje participar, entre em contato conosco da moderação), ou plataforma de sua preferência seguindo as seguintes regras:

✏ Escrever um texto com a base na informação referente ao tema do mês. A maneira que você irá desenvolver sua história é livre, a ideia é que vocês usem a criatividade.

✏ Colocar o link do Projeto na postagem, caso você compartilhe em seu blog, redes sociais e afins. Você pode ou não compartilhar os textos criados, isso fica a seu critério, mas nós adoraríamos saber como cada tema te inspirou! 

✏ Quando publicar seu texto envie o link pelo nosso formulário clicando aqui, utilize a #desafiocriativopec ou nos marque nas redes sociais. 


Esperamos que você se inspire nos temas deste ano e que possa  criar histórias incríveis com eles!




Olá, escritores! 

Chegamos a nossa última postagem do ano e, para começar 2023  com o pé direito, nada melhor que conhecer os temas do ETEJ para começar o novo ano escrevendo e estimulando a criatividade. Queremos saber de vocês: todos estão prontos para exercitar a escrita por 31 dias?! 😍

O que é o ETEJ?

O ETEJ é um projeto esporádico do Projeto Escrita Criativa em que estimulamos que os escritores escrevam juntos em janeiro e em julho. Nossa ideia é incentivar a todos para aproveitarem o mês de férias e colocar as ideias no papel!



Como faço para participar?

Para participar é bem simples.  Basta escrever no mínimo um parágrafo/estrofe por dia durante os 31 dias do mês de janeiro. Animou? Quer se desafiar a sair da rotina ou simplesmente passar o tempo, criamos um arquivo com várias propostas de escrita para ajudá-los nessa jornada, para baixá-la basta clicar na palavra  download abaixo. 



🍀🍃🌼○ Download ○🍀🍃🌼


Escrevi, e agora?

Você pode compartilhar o seu texto nas redes sociais com a tag #ETEJ e aproveitar para ler os textos produzidos por outros escritores! Ah, caso compartilhe sua rotina de escrita durante o ETEJ lá no Instagram e não esqueça de nos marcar @escritacriativaprojeto. 


Você também pode gostar das propostas dos ETEJs anteriores. Para lê-las, clique aqui.




 Últimos recados

Dia 30 às 19:30 iremos realizar nossa última live do ano lá no nosso canal do Youtube , e esperamos ver vocês por lá! Assista a live aqui! Já ativa o sininho para não esquecer. 😉


Em janeiro estaremos de férias, mas  queremos ver todo mundo participando do ETEJ. Em fevereiro estamos de volta e com algumas novidades. Aproveitem esse tempinho para conferirem os vídeos lá do canal e as postagens aqui do blog! 😊 


E por fim queremos desejar a todos  um feliz e próspero Ano Novo! Obrigada por nos acompanharem durante esse! E para fechar essa postagem com chave de ouro deixamos um trechinho das sábias palavras de Carlos Drummond de Andrade para inspirar vocês neste fim de ano:


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila... 



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Projeto Escrita Criativa nasceu em 2015 com o objetivo de reunir blogueiros e novos escritores, para exercitarem a sua criatividade no papel. Para conhecer a equipe, clique aqui.


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Olá, escritor!

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Quer escrever, mas se sente perdido? Não sabe bem por onde começar? Escreveu e não sabe o que fazer com o texto? Pois bem, fizemos uma espécie de mapa que pode lhe ajudar nesta missão. Vamos lá?

♥

Não importa onde você esteja e como você se parece. Crie o seu próprio estilo. Seja único para si e, no entanto, identificável para os outros. A criação começa profundamente por você mesmo. Inspire-se no meu mundo e dê um impulso extra à sua vida. Então mostre-se mais e seja apenas você ♥

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