O que é Red Herring?

 


Aqui no projeto já falamos sobre a Arma de Tchekhov e o Foreshadowing, hoje trazemos para vocês o Red Herring que é outra ferramenta literária.

Traduzido para o português como aranque vermelho, o Red Herring nada mais é do que uma pista falsa apresentada ao longo da narrativa, se relaciona ao peixe porque diziam que o seu cheiro era utilizado para despistar e/ou distrair cães de caça. E é mais ou menos isso a nossa intenção com essa ferramenta, despistar e/ou distrair os nossos leitores da nossa real intenção.

E como surgiu? Dizem que esse termo foi usado pela primeira vez pelo jornalista William Cobbet em 1807, em um texto onde acusou a imprensa de publicar informações falsas para enganar a população em relação à derrota de Napoleão. Nesse texto, ele utiliza a expressão Red Herring para se referir a essa enganação.

Geralmente utilizada em histórias de mistério, suspense e policial que trabalham justamente com pistas e detalhes, mas não é exclusivamente de uso desses estilos literários. Essa ferramenta existe para dar mais profundidade e criar diferentes reviravoltas ao longo da trama, fazendo com que os leitores criem suas próprias teorias e permaneçam engajados na história para descobrir se suas conclusões estão corretas.

Também pode ser visto como uma falácia lógica, que nada mais é que um erro de raciocínio que gera um argumento defeituoso, ou seja, leva o leitor a tirar conclusões erradas sobre a trama, evitando assim que as pessoas cheguem rapidamente ao desfecho da história.

Um exemplo de Red Herring é o Snape de Harry Potter, que é apresentado na trama como um personagem intimidante fazendo com que todos pensem que trabalhava para o Lord Voldemort, quando na verdade ele sempre esteve do lado do Harry.

Um bom Red Herring ou Arenque Vermelho deve ser sutil, procurando fugir do óbvio e do caricaturesco, a intenção é gerar uma dúvida, uma pulguinha atrás da orelha do leitor fazendo com que ele considere essa pista falsa como uma pista real. Além disso, deve ser crível para dar aos leitores esse “caminho” como possível e que não descartem de primeira essa pista falsa dada.

Lembre-se de não abusar dessa ferramenta! Assim evitando que a sua narrativa se transforme em algo não confiável, confuso ou sem sentido.



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