7 coisas que aprendemos com o Lin-Manuel Miranda


Olá, escritores!
Como a gente sempre diz por aqui, pense fora da caixa, consuma conteúdos fora da sua zona de conforto, inspire-se nas pessoas e coisas ao seu redor e dê vida a história que só você pode contar. Hoje listamos 7 coisas que aprendemos com o trabalho do Lin-Manuel Mirando e que de certa forma nos relembra de tudo aquilo que a gente sempre compartilha por aqui ao longo desses quase 7 anos. 

Filho de imigrantes porto-riquenhos, Lin-Manuel Miranda nasceu e foi criado em Nova York, no bairro Washington Heights. Hoje é um dos maiores nomes dentro do cenário do teatro e do cinema musical, suas habilidades em escrever, compor, atuar, dirigir e produzir fizeram ele se destacar nesse setor tão concorrido e ser uma inspiração para várias pessoas nas mais diversas áreas. Até o momento Miranda já acumula um Pulitzer, um Kennedy, dois Emmy, dois prêmios Olivier, três Tony e três Grammy. Agora que você já conhece um pouco mais sobre ele, vamos compartilhar alguns dos nossos aprendizados.


1 - Você não pode controlar o sucesso ou fracasso de algo que faça. 


Como artista, aprendi que não posso controlar o sucesso ou fracasso de algo que eu faça. Quando tomo decisões sobre coisas que quero fazer, a principal é se essa coisa não me deixa em paz.  Como Hamilton, que não me deixou em paz por sete anos.
 
Quem nunca se viu assombrado pela insegurança de compartilhar seu trabalho e a ansiedade de como os outros irão avaliar? Ou já teve aquela ideia que fica martelando na cabeça até que você dê vida a ela?

Provavelmente você disse sim a pelo menos uma dessas perguntas. Você deve conhecer bem como esse sentimento pode ser incapacitando a ponto de gerar um bloqueio criativo.
Aqui Lin nos lembra que existem coisas que não podemos controlar, porém, outras que temos esse poder. Um exemplo disso é escolher quais são as histórias que gostaríamos de escrever. Outro lembrete é respeitar seu tempo de criação.

Exemplo: O livro Carta à rainha louca, de Maria Valéria Rezende levou cerca de 20 anos entre a ideia de escrever o romance e a publicação da história de fato.


2 - Defina quais são os seus princípios.

Meus princípios são estes: qual a minha paixão? O que vou aprender com essa experiência?

Aqui no Projeto vemos muitos escritores que têm um potencial incrível, porém, que ainda não encontram o que os motiva, qual o propósito deles com a própria escrita, e isso acaba os deixando "bloqueados" e "perdidos" nas próprias ideias.   

Responder essas duas perguntas acima não é algo tão simples quanto parece, mas quando você conseguir respondê-las, elas serão de grande ajuda para aqueles momentos em que você se sente inseguro ou sem saber por onde começar. Lembre-se do seu propósito e comece por aí!


3 - Toda experiência é válida.

Sempre acreditei que, se você se considera um escritor, toda experiência é valiosa.

Muitas vezes a gente deixa de escrever porque acha que aquela ideia é simples demais ou que ninguém está interessado em coisas cotidianas. Mas é nesses momentos que nos enganamos e esquecemos que toda experiência é válida.  É exatamente quando conseguimos reconhecer a beleza nas ações rotineiras que encontramos a mágica das coisas.

Quando Miranda leu o livro de Ron Chernow sobre Alexander Hamilton, um dos pais fundadores dos Estados Unidos. Ele pensou: "Conheço esse cara. Ele nasceu no Caribe, como o meu pai." E aí ele se deu conta que essa era uma história de imigrante, ainda que esse não fosse um termo usado na época. O fato de Hamilton ter que trabalhar três vezes mais do que qualquer um só pra ter uma oportunidade é o que faz disso uma história de imigrante. Era o que Lin via em seu entorno no bairro na parte alta de Manhattan em que morava, eles tinham que trabalhar mais duro para ter metade das chances que alguém nascido nos EUA tinha. E logo percebeu que aquilo era hip-hop. “É isso que grandes artistas de hip-hop fazem: escrevem sobre sua luta. E escrevem tão bem sobre ela que ela transcende.”

No musical Hamilton, Lin mostra como um imigrante consegue se tornar um dos pais fundadores dos Estados Unidos, tudo graças a força da escrita dele. Alexander Hamilton representa a habilidade das palavras de fazerem a diferença. E de certa forma é o que Lin-Manuel faz e transforma sua história e a de outras pessoas através de sua escrita.


4 - Você pode e deve escrever sobre o que você conhece e for importante pra você.

Você pode escrever músicas sobre o que você conhece e for importante pra você. Ninguém vai escrever o seu musical dos sonhos. E, se não contarmos nossas próprias histórias, vão contar histórias de gangues dos anos 50 de novo.

Lin se deu conta que se ele não contasse a sua versão da história, os latinos sempre seriam retratados com membros de gangues e prostitutas. E da necessidade de mostrar o seu lado da história que nasceu seu primeiro musical: In the Heights.

Quantas vezes a gente se depara com uma visão distorcida do Brasil e dos brasileiros? Quantas vezes dentro dos nossos textos homenageamos nossas raízes? Quantos dos nossos personagens possuem características e nomes que representam a nossa realidade? 


5 - O papel da arte é contar histórias.

O papel da arte é sempre o mesmo: contar histórias. E contar histórias que só podem ser contadas por esses criadores. É a arte que vive pra sempre.

Você já parou para pensar porque algumas histórias se eternizam e outras não? Que mesmo com o passar dos anos elas continuam atuais e relevantes?

Exemplo: Carolina Maria de Jesus em seu livro Quarto de despejo, relata o cotidiano da vida na favela. A linguagem simples, mas realista de Carolina transporta o leitor para outra realidade ao contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos. Existem vários livros que falam sobre a realidade da favela, mas poucos conseguiram transmitir e impactar tanto quanto a escrita da autora de Quarto de despejo.  


6 -  Nos apoiamos na arte mais do que nas pessoas. 

Porque nos apoiamos na arte. Nos momentos difíceis, me apoio em algum trabalho que expressa o que sinto de um jeito que não consigo, ou que me distraia do que estou passando. Às vezes, nos apoiamos na arte mais do que nas pessoas.

Se tem uma coisa que a pandemia nos ensinou é como a arte é importante para nossa saúde mental. Fazer e viver da arte não é fácil, mas é algo que é extremamente necessário para nos conectarmos uns com os outros.

Musicais de Lin-Manuel Miranda para conhecer e se inspirar:

  • Encanto - Disponível no Disney+
  • Hamilton - Disponível no Disney+
  • Moana: Um Mar de Aventuras - Disponível no Disney+
  • Tick, Tick...Boom! - Disponível na Netflix
  • A Jornada de Vivo - Disponível na Netflix
  • Em um Bairro de Nova York - Disponível na HBO Max


 7 - Ser grato por servir a um propósito maior.

Mais do que tudo, sou grato por essa arte poder ter servido a um propósito maior. E isso me causa felicidade.
 
Às vezes a história que queremos contar não vai ser a mais bonita, a mais vendável ou a mais divertida. Mas ela tem um propósito e devemos ser gratos por conseguir entregar uma história que o cumpra da melhor maneira possível. Não importa o quanto as pessoas digam que o que fazemos  não é necessário, lembre-se toda arte importa.  


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