Criação de personagem: Como definir uma personalidade mais realista



Olá, escritores!

Sabemos que uma boa história deve conter diferentes elementos que fazem com que os leitores se identifiquem, e um desses elementos é um bom personagem. Isso significa uma maior profundidade, um background, uma bagagem, consistência em suas ações, personalidade bem definida e vários outros aspectos que o tornam mais verossímil.

Para muitos, pode ser complicado chegar a uma boa definição de personalidade, ou até mesmo definir como essa pessoa encararia determinadas áreas da vida como a relação com a família, amigos, parceiros, trabalho... Por isso, existem diferentes técnicas para manter um personagem consistente.

Alguns podem deixar anotado em um arquivo à parte todas as características do personagem, outros usam planners, já vi autores que dão um toque especial e fazem todo o mapa astral do personagem. Eu, como uma boa estudante de psicologia, trago para vocês o teste das 16 personalidades que pode auxiliar na criação de personagens mais palpáveis!


O teste das 16 personalidades, chamado oficialmente de Myers-Brigss Type Indicatos (MBTI), foi criado durante a Segunda Guerra Mundial pelas psicólogas americanas Isabel Briggs Myers e Katherine Briggs que se basearam no livro “Tipos psicológicos” de Carl Gustav Jung. O propósito era ajudar mulheres que trabalhavam nas indústrias militares a se encaixarem em funções que seriam mais eficazes e valorizar as diferenças individuais de forma construtiva para promover a paz mundial.
 
O teste divide as personalidades em quatro grandes categorias (Analistas, Diplomatas, Sentinelas e Exploradores) e dentro dessas 4 categorias existem outras 4 personalidades. O teste possui um total de 60 questões com um espectro de concordo totalmente a discordo totalmente. Os resultados são muito interessantes e detalhados, você pode conhecer as fortalezas e debilidades, além de como a pessoa se comporta em diferentes situações. O que pode ser uma boa base para a criação do personagem e saber como ele é na sua essência mais profunda.


Abaixo deixo um resumo das características para que possam ter uma ideia, mas o teste em si dá detalhes muito mais específicos:

1- Fonte de energia

Extrovertidos (E): indivíduo que se sente energizado através da interação com outras pessoas, geralmente agem antes de pensar.
Introvertidos (I): aquele que se sente energizado pelo engajamento em atividades solitárias, preferem refletir muito antes de qualquer ação.

2-  Modo de perceber o mundo

Sensoriais (S): consciência voltada para o que existe de concreto, àquilo que pode ser percebido através dos 5 sentidos.
Intuitivo (N): consciência voltada ao abstrato, ao lado simbólico, ao intangível.

3- Maneira de avaliação, julgamento, organização e decisão

Racionalistas (T): concisos, atuam de maneira lógica, organizada e objetiva; sempre buscam argumentos racionais.
Sentimentais (F): baseiam-se em critérios subjetivos, como valores e preferências, levando em consideração necessidades humanas e decidindo “com o coração”.

4-Estilo de vida

Julgadores (J): Decisivos, preferem seguir regras claras e viver de maneira mais planejada, estruturada. Sentem tranquilidade quando decisões são tomadas.
Perceptivos (P): gostam de liberdade, de improvisações. Dão preferência a uma vida com maior flexibilidade, adaptável. Sentem tranquilidade quando apresentam opções em aberto.

E agora vem a grande questão: Como usar o teste das 16 personalidades no meu personagem?


O que eu recomendo é que você faça o teste pensando em como o seu personagem responderia as perguntas. Você demorará um pouco menos de 12 minutos, mas vai ver que o resultado será certeiro! Ao ler as descrições, você perceberá que, de certa forma, já imaginava o personagem assim e pode explorar diferentes áreas da vida dele, ali você pode encontrar novas características que podem torna-lo mais real e até mesmo ser o motivo de alguns conflitos na trama.

Então você me pergunta: Mas não é mais fácil eu entrar na lista das 16 personalidades e escolher a descrição mais parecida com a do meu personagem?

NÃO.

Sabe o motivo?

Eu parto da premissa que, para escrever como um personagem é ou atua, você deve saber exatamente quais seriam as respostas dele em um teste como esse e conseguir tirar o resultado que ele tiraria. Como você pretende escrever a cena de um personagem tomando decisões importantes, se você não sabe como ele responderia a um simples teste de 12 minutos?

A minha recomendação é que você tome o seu tempo para conhecer o seu personagem de verdade, ler as descrições com cuidado para pegar todas as nuances da sua personalidade e saber como explorá-las na narrativa.


É interessante deixar um registro dessas características para voltar de vez em quando e analisar, assim você pode checar se o comportamento do seu personagem durante a trama condiz com a sua personalidade.

A partir disso, você pode pensar em medos, ambições, tipo de relações que mantém e várias outras características relacionadas com a vida em geral. Isso irá ajudar na construção de um personagem mais real que os leitores possam se identificar.

Além das características gerais, o teste descreve as personalidades em relação a: fortalezas e debilidades, relações românticas, amizades, maternidade/paternidade, carreira, hábitos e trabalho. Assim você pode expandir a sua imaginação em diferentes setores da vida do seu personagem!

Agora me fala, qual é o tipo da personalidade do seu personagem? Eu sou INFP-A e tenho uma personagem que é ENFJ-A.

1 Comments

  1. Adorei! Primeiro post que leio, mas já irei acompanhar o blog.

    Há um tempo, usava MBTI também. Hoje em dia, como tenho uma base, já consigo escolher as personalidades sem o teste, porém eu costumava fazê-los partindo do ponto de vista de cada um.
    Sou INTJ-A, e meus principais personagens são ISTJ-T e INFP-A. :D

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