Como ser uma pessoa criativa?

Em um mundo que busca cada vez mais resultados e eficiência, ser uma pessoa criativa está se tornando cada vez mais difícil. Provavelmente você já procurou maneiras de estimular sua criatividade, respondeu a alguém que não se considera uma pessoa criativa ou simplesmente aceitou que você não nasceu com esse dom.  Mas por quê será que se conectar com nosso lado criativo é assim tão difícil? Antes de responder essa pergunta devemos entender antes o que significa CRIATIVIDADE.


Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra criatividade pode ter três significados:

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Notem que o significado número 2 diz: “ inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo artístico, quer no cientifico, esportivo etc. ”  Ou seja, pela própria definição a criatividade pode ser uma habilidade adquirida, uma vez que você se permita criar, inventar e inovar nos mais diversos campos da sua vida.


Pablo Picasso afirmava que “Toda criança é um artista. O problema é manter -se artista depois de crescido. ” É fácil entender o que o pintor queria dizer com isso, afinal conforme vamos crescendo as expectativas alheias acabam limitando nosso poder de criação, nossa capacidade de inovar e pensar fora da caixa, muitas vezes nós fazemos isso com nós mesmos por medo do fracasso e rejeição. Na infância o céu é o limite, já na fase adulta nós temos que conviver com o sentimento de nunca sermos bons o bastante, além é claro dos obstáculos impostos pela sociedade atual.  Quem aí já ouviu falar da síndrome do impostor ou se sentiu uma fraude?



Segundo a psicóloga britânica Rachel Buchan a Síndrome de Impostor é como “uma crença interior de que você não é bom o suficiente, ou não pertencer".

Provavelmente você já teve uma ideia incrível, mas depois de uma conversa com um amigo acabou deixando de lado devido ao fato de alguém já fez isso antes e melhor. Ou então vem procrastinando seu processo de escrita acumulando ideias na gaveta por acreditar não ser o momento certo, não se sentir preparado o suficiente ou pior não acreditar no potencial da história que pretendente contar. Há também a possibilidade de você já ter escrito algo incrível, mas não se achar digno de reconhecimento, afinal deve ter sido sorte, ou as pessoas que estão acostumadas com histórias de baixa qualidade...  


Antes de prosseguirmos gostaríamos de saber: Você se sente confortável em dizer que você é uma escritora ou escritor ainda que não faça isso de maneira profissional?  Responder essa pergunta não deveria ser uma tarefa difícil, mas nós sabemos que muitas vezes ela é. Se conectar com seu lado criativo também é fazer as pazes com suas limitações e entender que a criatividade e a vulnerabilidade muitas vezes andam juntas. Não há como querer ter uma se não tiver disposto a aceitar a outra. 



A criatividade e a escrita assim como nosso corpo e mente precisam de exercícios para se manterem em forma. O problema é que que nem todo mundo está disposto a tirar alguns minutos do dia para praticar, ainda mais quando se pode buscar receitas milagrosas pela internet.  Ser uma pessoa criativa está ligada a nossa capacidade de pensar no “e se...? ”, de buscar soluções para problemas aparentemente impossíveis de serem resolvidos, de imaginar milhares de possibilidades, é ser resiliente, é ter medo de errar e mesmo assim não desistir, saber que há 99% de chances de as coisas não saírem como planejado, mas focar nos 1%, é ser um pouco como a Pollyanna e jogar o jogo do contente mesmo sabendo que às vezes nem tudo tem um lado bom.


No livro Como O Cérebro Cria: O Poder Da Criatividade Humana Para Transformar O Mundo há um trecho que exemplifica bem o que estamos querendo dizer:


Simular futuros nos dá segurança: ensaiamos mentalmente nossas atitudes antes de executá-las no mundo real. Como disse o filósofo Karl Popper, nossa capacidade de simular futuros possíveis “permite que nossas hipóteses morram em nosso lugar”. Rodamos uma simulação do futuro (O que aconteceria se eu caísse nesse despenhadeiro?) e ajustamos nosso comportamento (Dê um passo para trás). Mas, além de servirem para nos manter vivos, usamos essas ferramentas mentais para criar mundos que não existem. Essas realidades alternativas são as vastas planícies onde nossa imaginação faz sua colheita. Fazer de conta colocou Einstein num elevador no espaço para entender o tempo. Carregou Jonathan Swift a ilhas de gigantes e de minúsculos liliputianos. Levou Philip K. Dick a um mundo onde os nazistas venceram a Segunda Guerra Mundial. Permitiu que Shakespeare entrasse na mente de Júlio César. Transportou Alfred Wegener a uma época em que os continentes estavam unidos. Permitiu que Darwin testemunhasse a origem das espécies. Nosso dom para a simulação abre novos caminhos para trilharmos. O magnata dos negócios Richard Branson fundou mais de cem empresas, inclusive uma linha de transporte espacial que levaria passageiros para fora da atmosfera terrestre. A que ele atribui esse talento para o empreendedorismo? A sua capacidade de imaginar futuros possíveis. E há mais um fator que liga o turbopropulsor da criatividade, algo externo ao nosso cérebro. O cérebro de outras pessoas.


Segundo o escritor Jonathan Lethem, quando as pessoas chamam algo de “original”, nove entre dez vezes elas não conhecem as referências ou as fontes originais envolvidas. Tendo como base essa afirmação entendemos que todo trabalho criativo é inspirado por algo que veio antes, prova disso é o sucesso do Pinterest.  Logo, nada é 100% original, tendo isso em mente saiba respeitar seus limites e seu processo criativo, e acima de tudo admirar tudo aquilo que você construiu.  Não existe forma mágica, então aproveite para testar novas possibilidades e descobrir o que funciona para você. Nós da moderação estão aqui para ajuda-los com esse processo compartilhando dicas e experiências, trazendo interações para que você possa encontrar seu caminho nessa jornada de escrita e criatividade!


Um bom exemplo para ilustrar a criatividade aliada com a escrita e leitura é o livro passatempoemas, da escritora, professora e psicopedagoga Carolina Zuppo Abed. Neste livro o leitor precisa descobrir a lógica de funcionamento por trás de cada formulação poética para chegar ao poema, que é apenas uma das soluções possíveis. Desta forma, há a possibilidade de encontrar  poemas ocultos, elaborados pela autora, mas também fazer um raciocínio próprio e achar soluções diferentes e pessoais. Ou, seja é o tipo de leitura que tira o leitor de sua zona de conforto e  estimula sua capacidade de buscar soluções, logo exercitar o seu pensamento criativo. 

 



Lembre-se: Não é o QUE você escreve, é o COMO você escreve.  Há histórias que só você pode contar, porque há coisas que só você vivenciou e isso faz toda a diferença em uma boa história. Uma ótima maneira de começar a estimular seu lado criativo é listar quantas maneiras você consegue encontrar para dizer uma mesma coisa?


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1 Comments

  1. É exatamente isso, não é o que escrevemos mas, como escrevemos. Todo mundo tem seu lado criativo basta "puxar" e desenvolver mais esse lado.
    beijos.


    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

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