O arquétipo do Pícaro incorpora a vontade de pregar peças e do desejo de mudança. Todos os personagens que são principalmente palhaços ou manifestações cômicas expressam esse arquétipo.
Função psicológica
Despertam os heróis e plateias para a realidade. Ao provocarem
nossas gargalhadas, nos ajudam a perceber nossos vínculos comuns, apontando as
bobagens e a hipocrisia. Acima de tudo, introduzem mudanças, muitas vezes
chamando a atenção para o desequilíbrio ou o absurdo de uma situação
psicológica estagnada. São os inimigos naturais do status quo.
Função dramática: alívio cômico
Uma tensão sem alívio, o suspense e o conflito podem ser
exaustivos emocionalmente para quem acompanha a narrativa, e, mesmo nos dramas
mais carregados, a atenção se reaviva com momentos de gargalhada. Uma velha
regra do teatro assinala essa necessidade de equilíbrio: Faça-os chorar muito,
faça-os rir um pouco.
Um ótimo exemplo deste arquétipo é Loki, o deus norueguês dos truques e da trapaça. Como um verdadeiro Pícaro, ele serve aos outros deuses como conselheiro, mas também trama a destruição deles, solapando o status quo. É de natureza esquentada e sua energia rápida e veloz ajuda a aquecer a energia congelada e petrificada dos deuses, empurrando-os à ação e à mudança. Também traz o alívio cômico, tão necessário aos mitos nórdicos, geralmente sombrios. Em alguns momentos assume o posto de um Herói Picaresco que sobrevive, graças à astúcia, contra deuses mais fortes fisicamente. Em outros, acaba se transformando num adversário mortal.
Este arquétipo também pode aparecer ou ser assumido por personagens de outros arquétipos. O herói picaresco, por exemplo, é muito popular no folclore, nos contos de fadas e desenhos animados.
Heróis Picarescos
Exemplos de heróis picarescos: Pernalonga, Patolino, Ligeirinho (Speedy González), Papa-léguas, Piu-piu, Pica-pau e Chapolin,
Com o Arquétipo do Pícaro encerramos nossa série de postagens sobre os Arquétipos apresentados no livro “A Jornada do Escritor: Estrutura Mítica para Escritores”, de Christopher Vogler. Agora nos conte você costuma usar os Arquétipos como base para a criação de seus personagens?
1 Comments
Amei aprender um pouquinho sobre isso. Personagens que de alguma forma entram na nossa vida por coisas ou passagens que sejam parecidas com o que acontecem com a gente na vida real me chama muito atenção.
ResponderExcluirBeijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Seja bem-vindo ao Projeto Escrita Criativa!
Deixe o seu comentário e interaja conosco. ;)