Produções literárias: Pardal | Por Danny David Dias de Andrade
Eu sempre fui um apreciador da Lua,
cheia ou minguante,
me fascina em todas as suas formas.
Já faz algum tempo que não conversamos.
Eu ainda tenho suas coisas no banheiro,
seu casaco preto, e minha cama
tem a marca do seu peso.
Quando o outono caiu,
as folhas se tornaram alaranjadas,
o céu, cinza,
e você saiu pela porta.
Agora que o inverso assola,
me abrigo em lençóis mais pesados,
e sua falta na cama ao meu lado,
tem ocupado bastante espaço na minha mente.
Continuo na mesma rotina,
vinho tinto na varanda do apartamento,
cigarro mentolado,
e deixo que meus pensamentos
esvaneçam com o vento.
Retirei as persianas,
tenho mantido as luzes acesas,
mas não tenho medo do escuro
desde criança, mas as sombras,
parecem estar cada vez mais próximas.
Não é engraçado?
No verão, nos protegemos do calor,
e das queimaduras.
Reclamamos do suor na testa,
e como nossos corpos ficam colados
durante a noite.
Mas no inverno,
imploramos por algo que esquente a alma.
Não é triste?
Janeiro a dezembro, tantas possibilidades,
e o amor,
surtir por apenas por três meses.
Querido, faltam dois dias para agosto,
a primavera se aproxima,
e os pássaros sabem.
Quanta gentileza:
Um pardal cantado na minha janela
em plena sexta-feira.
Logo, os assobios se tornarão mais altos;
os pássaros emigrarão seguindo o curso dos barcos;
os parques verdes e movimentados;
e as rosas irão desabrochar.
Os girassóis, irão refletir a luz dourada do sol,
e meus olhos, alcançarão seu retorno a casa.
Com meus olhos castanhos, e meus lábios vermelhos,
te espero com margaridas,
e já não mais terei medo.
💡💡💡
Danny é um poeta e artista visual brasileiro.
Sob o pseudônimo 'Blue', ele publicou sua primeira obra, Garoto Espacial, disponível na Amazon.
Link do livro: https://a.co/d/aJUtDnm
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